O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sábado, 12 de novembro de 2011

MEMÓRIA

A memória é uma caixa cheia de gavetas, onde vamos arrumando o que vivemos, retendo informação. Sem ela não teríamos passado, apenas o presente. Retemos umas coisas e outras não, porque a memória regista a informação de modo a ocupar o menor espaço possível, e o esquecimento faz parte dessa arrumação. Do ponto de vista emocional, seria complicado se o tempo não esbatesse algumas memórias que vivemos há 10 anos, porque seria como se as continuássemos a viver agora.

Por vezes temos um nome debaixo da língua que não quer sair, este fenómeno revela a dificuldade na recordação de palavras que a pessoa conhece. O cérebro tem uma conceptualização ou imagem, mas que por uma qualquer alteração nas redes neuronais, não está a fazer ligação com a linguagem (léxico). Aí convém desviar a atenção para outra situação, porque a palavra acabará por surgir.
Com a idade surgem queixas de memória, sendo importante saber se fazem parte de um processo normal associado ao envelhecimento ou se traduzem um processo de deterioração cognitiva. Sabe-se hoje, por exemplo, que a depressão também afecta a memória, o que torna mais difícil o diagnóstico diferencial entre depressão, demência e envelhecimento.

Deve ser feito um rastreio que consiste na aplicação de alguns testes breves que ajudam a chegar a uma conclusão, ie a escala de Queixas Subjectivas de Memória, que foca alguns aspectos relacionados com o funcionamento da memória no dia-a-dia.

Existem outros factores que influenciam o desempenho da memória, como é o caso de alguns medicamentos ou certos estilos de vida que, provocando muito «stress» ou preocupações, tornam difícil registar informação nova. A ansiedade também é importante, porque interfere com os mecanismos de atenção, dificultando a codificação da informação.

Tão importante como o exercício físico, é "exercitar o cérebro". Estes exercícios de estimulação cognitiva passam por criar hábitos de leitura e escrita, motivar a capacidade de atenção, entre outras coisas.

Por vezes recorda-se com mais facilidade o que aconteceu na infância, do que aconteceu no dia anterior. As memórias antigas (memória remota) estão consolidados e armazenadas em áreas diferentes em relação às memórias recentes. O que aconteceu recentemente está em córtex cerebral e depois passa para o hipocampo (estrutura que permite a consolidação da informação).

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