O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ALFRED HITCHCOCK– O MESTRE DO SUSPENSE (1899-1980)

Hitchocock é considerado o grande mestre do suspense, motivando ao espectador uma ansiedade, que vai aumentando pouco a pouco, acentuada por música forte e efeitos de luz. Isto acontece porque nos seus filmes o realizador vai dando pistas ao espectador do que vai acontecer, enquanto a personagem nada sabe dos perigos que o esperam. O espectador é um voyeur interactivo, uma outra personagem.
Nos seus filmes, ele preferiu as louras, que se tornam heroínas amáveis, mas quando se apaixonam são perigosas Grace Kelly, é uma referência, porque trabalhou com o realizador em vários dos seus filmes, mas outras podem ser referidas: Eva Marie Saint, Tippi Hedren, Janet Leigh, Kim Novak…


Relativamente aos actores masculinos, sem dúvida que o seu preferido foi Cary Grant, mas também James Stewart, Rod Taylor e outros. A característica das suas personagens masculinas é a relação conflituosa com a mãe.
Hitchcock também usou nos seus filmes o conceito original, MacGuffin, que é a introdução de um objecto como pretexto para avançar na história sem qualquer importância para a mesma.
Temas recorrentes nos seus filmes são a confusão da identidade, o brandy e o número 7. Há também objectos nos seus filmes que são a chave do mistério.


Sir Alfred Joseph Hitchcock, KBE (Londres, 13 de Agosto de 1899 — Los Angeles, 29 de Abril de 1980). De família humilde, estudou numa escola, onde teve uma rígida educação católica. Com 14 anos, devido à morte do pai, começou a trabalhar. O seu percurso profissional foi sempre ascendente. De fabricante de cabos eléctricos, passou ao design gráfico e à publicidade. Em 1920 começou a trabalhar na Famous Players-Lasky, da Paramount Pictures, fez telas de texto para filmes mudos, roteiros, cenografia e foi assistente de direcção. Em 1922 fez o seu primeiro filme, chamado Number Thirteen, mas o projecto foi abandonado. Entre 1923 e 1925, Hitchcock trabalhou em Berlim, na UFA (Universum Film AG).
A sua criatividade surpreendeu os dirigentes do estúdio, que decidiram promovê-lo a director e, em 1925, fez o filme The Pleasure Garden, na Alemanha. Em 1926 estreou-se no suspense, género que o consagraria em todo o mundo, com o filme The Lodger: A Story of the London Fog. Este filme seria o seu primeiro sucesso, baseado nos assassinatos de Jack, o Estripador. A partir daí, Hitchcock fez pelo menos uma aparição em cada uma das suas produções, o que se tornaria uma das suas marcas.
Nesta altura o director casou com Alma Reville, uma assistente de direcção, que trabalhava com ele.
Em 1929, Hitchcock filmou Blackmail, o primeiro filme sonoro britânico. Em 1933, Hitchcock foi trabalhar na Gaumont-British Picture Corporation, e o seu primeiro filme foi The Man Who Knew Too Much, que teve nova versão em 1956 com outros actores.
O seu segundo filme foi
The 39 Steps, de 1935, considerado o melhor filme deste período e a seguir The Lady Vanishes.
Estes filmes chamaram a atenção de Hollywood e o produtor David O. Selznick chamou-o para trabalhar nos EUA, para onde se mudou em 1939, nacionalizando-se americano em 1955.
O seu primeiro filme americano foi
Rebecca, que rendeu ao cineasta a sua primeira indicação ao Óscar. Rebecca, passava-se em Inglaterra e foi baseado no romance de Daphne du Maurier, com actores como Laurence Olivier e Joan Fontaine. Rebecca ganhou o Oscar de melhor filme, mas Hitchcock perdeu o Óscar como melhor director.


O seu segundo filme foi Foreign Correspondent, filmado durante o primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, e que também foi nomeado para o Óscar de melhor filme, mas não ganhou o prémio.
Na década de 1940, os filmes de Hitchcock tornaram-se mais diversificados, passando pelo género comédia,
Mr. & Mrs. Smith, filme noir, Shadow of a Doubt, ficção sobre leis,
The Paradine Case.
Saboteur,
foi o primeiro de dois filmes feitos pela Universal e A Sombra de Uma Dúvida foi o segundo, e era um dos filmes preferidos de Hitchcock.
Spellbound, com Ingrid Bergman e Gregory Peck, recebeu nomeação para o Óscar de melhor filme, melhor director e melhor actor secundário (Michael Chekhov), entre outros. O produtor David O. Selznick utilizou as suas experiências na psicanálise, e até levou aos estúdios uma terapeuta, para servir de consultora. Hitchcock fez algumas cenas, imaginadas pelo pintor surrealista Salvador Dalí para ilustrar certas cenas de confusão mental.


Notorious, onde participam Cary Grant e Ingrid Bergman, foi o primeiro filme que Hitchcock dirigiu e produziu. O filme recebeu a indicação para o Óscar de actor secundário, mas não venceu.
Rope,
foi baseado na peça teatral de Patrick Hamilton, foi o primeiro de uma série de filmes de sucesso com o actor James Stewart. Baseado na história do caso de Leopold e Loeb, é tido como tendo um conteúdo homossexual.
Em 1949, Hitchcock lançou o filme
Under Capricorn, com Ingrid Bergman. O filme fracassou, em parte pela publicidade negativa sobre o relacionamento extraconjugal, que Ingrid Bergman tinha com o director italiano Roberto Rossellini.
O filme Strangers on a Train,
foi baseado no romance de Patricia Highsmith. No começo dos anos 1950, a MCA e o agente Lew Wasserman, que tinha como clientes James Stewart e Janet Leigh, tiveram grande importância nos filmes de Hitchcock. Com a ajuda de Wasseraman, Hitchcock teve grande liberdade criativa para trabalhar.
Em 1954, o filme Dial M for Murder teve Ray Milland e Grace Kelly nos papéis principais. Foi o primeiro filme em que Hitchcock trabalhou com Grace Kelly, baseado na peça escrita por Frederick Knotte, pela primeira vez, o director usou a técnica 3D.
No mesmo ano, Hitchcock lançou o filme Rear Window, com James Stewart e Grace Kelly nos papéis principais. O filme é considerado um dos maiores sucessos do director.


No ano seguinte foi a vez de To Catch a Thief com Gary Grant e Grace Kelly, seguindo-se nova versão do filme, The Man Who Knew Too Much, agora com James Stewart e Doris Day nos papéis principais. O director considerou a versão superior ao original feito por em 1934.
Em 1957, o director lançou o filme
The Wrong Man, com Henry Fonda e Vera Miles, com roteiro baseado no livro The True Story of Christopher Emmanuel Balestrero, de Maxwell Anderson, um caso real de confusão de identidade.
Vertigo, com James Stewart e Kim Novak, é visto como uma das obras-primas do director, embora na época tenha sido um fracasso comercial. O filme foi eleito entre os cem melhores filmes de todos os tempos pelo Instituto de Cinema Americano, em 1998.


North by Northwest foi protagonizado por Cary Grant, Eva Marie Saint e Martin Landau, entre outros. Conta a história de um homem inocente perseguido por agentes de uma misteriosa organização. É considerado como um grande trabalho de Hitchcock.
Psycho, que teve como protagonistas Janet Leigh, Anthony Perkins e Vera Miles, venceu o Globo de Ouro na categoria de melhor actriz (Janet Leigh). O filme trouxe uma das cenas mais conhecidas da história do cinema, a famosa cena do chuveiro, quando a personagem de Janet Leigh é assassinada à facada. Este filme ficou na décima oitava posição entre os 100 melhores filmes do Instituto de Cinema Americano.


The Birds, é baseado num conto de mesmo nome da escritora britânica Daphne Du Maurier e é protagonizado por Rod Taylor, Jessica Tandy e Tippi Hedren, uma actriz que foi descoberta por Hitchcock. O filme inovou na banda sonora e nos efeitos especiais, e foi nomeado para o Óscar. Tippi Hedren, mãe da futura actriz Melanie Griffith, ganhou o Globo de Ouro.


Marnie, de 1964, foi estrelado por Tippi Hedren e Sean Connery, e é um dos filmes clássicos de Hitchcock. Em 1966, lançou Torn Curtain, um thriller político com Paul Newman e Julie Andrews nos papéis principais.
Topaz, filmado entre 1968 e 1969, aborda a Guerra Fria, e conta a história de um espião, baseando-se no livro de mesmo nome escrito por Leon Uris. Em 1972, Hitchcok lançou Frenzy , um thriller que trouxe pela primeira vez cenas de nudez e palavras de baixo calão aos seus filmes.
O seu último filme foi
Family Plot, com Karen Black e Bruce Dern.
Em 1980, Alfred Hitchcock recebeu a KBE da Ordem do Império Britânico, das mãos da Rainha Elizabeth II, morreu quatro meses depois, de insuficiência renal, na sua casa em Los Angeles.

Este texto segue mais on menos o publicado AQUI , com alguma correção ortográfica e o acréscimo de trailers dos meus filmes preferidos, que visiono muitas vezes.

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