O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

GUILHERMINA SUGGIA (Porto,1885 — Porto,1950)

Em 1923 o pintor galês Augustus John, pintou Guilhermina Suggia, tocando o seu instrumento de eleição, num fantástico vestido vermelho.

Guilhermina Suggia era uma mulher muito culta, uma mulher de muitas experiências, uma conquistadora nata, tinha uma lógica própria e relacionava-se com o mundo a partir dessa lógica. Falar do seu temperamento implica falar de música, porque a vida de Suggia é acompanhada sempre de música e do violoncelo. Apesar do seu talento para o violoncelo, estudava muitíssimo, motivada por um ideal de perfeição estilística e musical.

Para Suggia, o violoncelo era o mais extraordinário de todos os instrumentos, considerando-o o único que tem a possibilidade de suster um baixo por um longo período e a possibilidade de cantar uma melodia praticamente em qualquer registo. Porém, para que se revele a substância musical do violoncelo, é preciso que a técnica não seja estudada apenas como destreza, mas que tenda sempre para a música. "A técnica é necessária como veículo de expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente para interpretar as ideias que animaram o compositor".


Guilhermina Suggia, "The Violoncello" in Music and Letters, nº 2, vol. I, Londres, Abril de 1920, 106].

Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade. Abriu as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para manejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas. ( Note-se que ainda em 1930 o violoncelo era tido como um instrumento indecoroso para as mulheres, sendo então proibida a contratação de violoncelistas mulheres pela própria orquestra da BBC).
Suggia tocou todos os importantes concertos da época para violoncelo e orquestra – os concertos de Haydn, Elgar, Saint-Saëns, Schumann, Eugen d'Albert, Dvořák.


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