O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sexta-feira, 23 de julho de 2010

GOETHE

Há livros, lidos há anos, dos quais eu nunca me esqueci, WERTHER, é um deles, eu senti intensamente esse livro, numa idade em que o romantismo, estava mais enraizado em mim. A história daquele amor impossível e funesto, emocionou-me e comoveu-me.

WERTHER (1774) de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial do Movimento Romântico, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão STURM UND DRANG (TEMPESTADE E PAIXÃO).

Werther, é considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial. É uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha o cuidado de trocar nomes e lugares e, naturalmente, acrescentar algumas partes fictícias, como o final. Este livro, é construído através de cartas, que o suposto Werther, envia por um longo período ao narrador - um diário epistolográfico.
J. W. Goethe põe um pouco da sua vida na obra, pois ele também vivera um amor não correspondido, apesar de, evidentemente, não ter cometido suicídio. Ao escrever Werther, produziu uma obra de arte a que deu, como conteúdo, os seus tormentos, os seus próprios estados de alma, procedendo como todo o poeta lírico que, ao procurar aliviar o coração, exprime aquilo de que é afectado. Em tais situações líricas, pode reflectir-se, por um lado, um estado objectivo, uma actividade referenciada ao mundo exterior, e, por outro lado, um estado da alma que, desligando-se de tudo o que é exterior, regressa a si mesma e torna-se o ponto de partida de estados internos e de sentimentos profundos.


A primeira obra romântica conta o dilema do jovem Werther e a sua paixão pela fascinante Charlotte, comprometida e posteriormente casada com Alberto. Werther, culpando-se do amor que sente pela jovem Charlotte, muda-se para outra região, mas não consegue esquecer a amada. Charlotte casa-se com Alberto, que passa a ter ciúmes de Werther, este percebe-se do embaraço que causa ao casal, mas continua nutrindo um amor platónico por Charlotte. Werther promete não mais a visitar e no último encontro, lê em voz alta, os Cantos de Ossain. Ambos se comovem, choram, abraçam-se e beijam-se ; mas de seguida Charlotte repele-o, dizendo que nunca mais quer vê-lo. O jovem Werther parte, acreditando que é amado, mas ciente de que é um amor impossível. Resolve então suicidar-se, mandando pedir as pistolas de Alberto. Charlotte com o coração despedaçado, envia-lhe as armas. Werther dispara um tiro na cabeça e morre. A sua morte é a prova da intensidade de um amor romântico e doentio. A história de Werther retrata a paixão exacerbada e infeliz que culmina com o suicídio, o escapismo do romântico.

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FAUSTO, é o livro mais importante de Goethe.
Dr. Fausto é uma personagem que tem uma vida entediante, que lamenta a sua condição, pois apesar de ter estudado todas as ciências: filosofia, jurisprudência, medicina e teologia, tem a alma inquieta e faz um pacto com o Diabo, vendendo-lhe a alma, pelo rejuvenescimento e o prazer. Fausto é um poema de proporções épicas, escrito e reescrito ao longo de quase sessenta anos. A obra é baseada numa popular lenda alemã do médico, mágico e alquimista alemão, Dr. Johannes Georg Faust (1480-1540).
Sendo um arquétipo da alma humana, o mito de Fausto jamais se esgotou, diversos artistas o retomaram: Puchkin, Christian Dietrich Grabbe, Paul Valéry, Fernando Pessoa, Thomas Mann,.
Fausto também foi tema para vários compositores clássicos como Wagner (Faust), Berlioz (La Damnation de Faust), Schumann (Szenen aus Goethes Faust), Liszt (Faust-Symphonie) e Gounod (Faust).

De referenciar também a sua presença no cinema, teatro, pintura e outros.
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Outro dos seus livros muito referenciado, é: AFINIDADES ELECTIVAS.

E assim descansam os dois amantes um ao lado do outro. A quietude paira sobre a sua morada; anjos serenos, seus afins, olham-nos do espaço. E que momento feliz aquele em que, um dia, despertarão juntos!"
(Epílogo de "Afinidades Electivas")

De todos os livros de Goethe, Afinidades Electivas, é o mais rico em matizes e meios-tons. O esquema de construção do romance está centrado na distribuição dos personagens aos pares. Não são casais no sentido matrimonial do termo, mas sim pares ligados por atracções inevitáveis. O interesse romanesco nasce do jogo de polaridades, encantamentos e repulsas que se estabelece entre os casais.
Mas o relacionamento Homem-Mulher é considerado aqui não apenas na componente sexual, ele é principalmente objecto de análise moral e psicológica.
Embora já muito tivesse lido sobre FAUSTO e AFINIDADES ELECTIVAS, nunca li os livros.

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